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Esta edição totalmente anotada de "O Barão de Lavos", de Abel Botelho, inclui:
· Explicações sobre o contexto histórico
· Comentários, vocabulário e análise interpretativa
· Mapas e ilustrações de objetos e locais mencionados no romance
Sebastião de Castro e Noronha, o Barão de Lavos, um nobre descendente de duas das mais antigas e importantes famílias da nobreza nacional, não consegue resistir aos encantos de Eugénio, um jovem vendedor de cautelas que encontra no Passeio Público.
Depois de o seduzir, arranja-lhe um apartamento no Bairro Alto, enche-o de presentes, veste-o a rigor e ensina-o a comportar-se em sociedade. Mas o jovem é muito ambicioso e o seu comportamento impiedoso e mercenário causará grande infelicidade ao barão, levando à destruição do seu casamento e à ruína da sua posição social.
"Era um amor estranho, dissolvente, enorme, de uma acuidade que fazia sofrer.
Um misto extravagante de submissão e de império , de adoração e de lascívia, que prendia o barão àquele indivíduo do mesmo sexo por laços mais poderosos do que quantos nos serve a História como exemplos de ligação admirável entre homem e mulher."
O romance "O Barão de Lavos", do Abel Botelho, foi publicado em 1891 e causou imediatamente um grande escândalo por tomar para tema principal a homossexualidade, algo considerado extremamente deselegante literariamente à época.
O sucesso de vendas levou à publicação de uma segunda edição, corrigida, logo em 1898, pela Livraria Chaudron. Este romance de Botelho, o primeiro volume da série "Patologia Social", é considerado como um dos primeiros romances portugueses de temática LGBTQ+, depois do surpreendente "Os Jogos Lésbios ou Os Amores de Joaninha", de Arsénio de Chatenay, publicado em 1877.