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"Quero Cortejar o Sol" é o diário de um jovem que frequentou o Seminário entre 1981 e 1986. Além de ser um testemunho pessoal e íntimo da sua própria vida, é também um retrato da época, do ponto de vista social, cultural, religioso e político. Nele perpassam, além do dia a dia do autor como estudante de Teologia, a sociedade portuguesa e muitas das personalidades públicas que a marcaram. A obra apresenta-se como um percurso eclesial, que inicialmente entusiasma o autor, e que paulatinamente vai descambando numa grande desilusão que termina com a sua saída do Seminário.
Como ele próprio diz na introdução, a determinada altura do percurso o jovem seminarista acordou « para as realidades nem sempre celestiais, nem sempre de amor e caridade que lia e ouvia tantas vezes e via tão pouco na Igreja que se dizia seguidora de Cristo. Atravessou-o um grande pessimismo. O Seminário, a Igreja, não eram bem aquilo em que ele tinha acreditado, um lugar de concórdia, um paraíso de paz e harmonia.
As intrigas, as invejas e as brutalidades entre colegas, o mau exemplo dos padres, o egoísmo de cada um dececionaram-no.